quarta-feira, 24 de julho de 2013

Pele Vermelha - Um Conto Americano - Capítulo 2

Capítulo 2

E Perê Azil saiu pelo mundo...


Perê Azil estava de volta à aldeia. Sempre após seus dias de retiro em Tori, no Topo da Montanha, sua aldeia, embora pequena, com cerca de 300 habitantes, lhe parecia a Grande Cidade do Oeste. As vozes musicais das mulheres moendo grãos e tubérculos, que eram a base da alimentação das suas famílias; os risos das crianças correndo atrás de algum animal domesticado; o canto dos homens na lida com a madeira, o barro, a palha, as pedras...

... Tudo soava tão diferente da atmosfera de Tori, a Pedra da Montanha! Lá em cima, quando se comia, eram somente os frutos das árvores. Só se bebia da fonte de água que jorrava da enorme pedra branca brilhante que circundava toda a vegetação exuberante daquela parte de acesso restrito da montanha. O grupo de homens e mulheres que lá vivia dormia algumas parcas horas e quase nunca no interior de suas alvíssimas tendas. Muitas vezes Perê encontrava um dos Sábios cochilando sob frondosas copas de árvores com troncos rosados e tenras folhas amarelas; à beira dos córregos cristalinos que brotavam subitamente das reentrâncias das pedras: ou, ainda, sobre esteiras estendidas nos estreitos bosques perfumosos.

Mas, o que mais maravilhava Perê em Tori era o riso maroto, infantil, que vivia a luzir nos olhos prateados e nos lábios rubros de cada um daqueles homens e mulheres, que viviam exclusivamente para louvar o Único em cada segundo do seu cotidiano. Entre eles não existia azáfama, listas de tarefas árduas e estafantes a serem cumpridas... Eles simplesmente eram. E, no entanto, Perê Azil sabia que toda aquela exuberância e a abundância da área da Praia Branca se deviam àquele grupo, do “não trabalho” que aqueles homens e mulheres realizavam com um sorriso nos lábios.

Quando, há alguns anos, Jorubadá, o líder, fora até a tenda de seu clã, avisar que Perê precisava ser instruído entre os do Grupo de Tori, o rapaz sentiu uma estranha exultação, embora não soubesse defini-la, tão criança ele era. Agora ele sabia um pouco mais. Sabia o quanto a vida sem mácula dos que se mantinham firmes no Topo da Montanha era crucial para o bem de toda a encosta oriental do monte.

Embora fosse um povo simples, Perê sabia o quão perigoso seria se esta gente se afastasse da proteção que lhes era graciosamente oferecida. Mesmo instaladas um pouco abaixo do meio da encosta, era uma benção a proximidade com os Sábios de Tori, pois sua atitude tinha tal poder que era capaz de manter afastadas as mazelas que assolavam a vida dos que foram empurrados para baixo, para a planície, em busca de uma ilusão de felicidade e longevidade que, ao invés de se realizar, tinha apresentado sua face mais amarga: doenças, ódio, vingança, abuso de poder, exploração e violência em todas as suas formas.

Na sua pequena aldeia, porém, de onde se descortinava a Praia Branca abaixo e se recebia brisa do Topo da Montanha, a vida era plena. Próximo àquele pedaço de mar intocado por estar sob constante vigilância de olhos invisíveis, a vida corria bem, as pessoas se respeitavam, havia algum amor a ser partilhado. E essa era a riqueza do seu povo.

O rapaz estacou a meio da encosta onde se erguiam as tendas de seu clã sob a sombra de três frondosas e vetustas árvores – não tão exuberantes ou veneráveis quanto as que vicejavam em Tori, mas vigorosas, saudáveis, de caules escuros, grossos e lisos, folhas largas e brancas, triangulares, matizadas de lilás. Aí, por um momento, Perê contemplou a Praia Branca e o anil do mar, liso como um espelho.

Os barcos eram raros naquela enseada. A Praia Branca, onde havia atracado há muitos anos um grupo originário da Grande Cidade do Oeste, não era usada como porto comum. Apenas embarcações que traziam o selo da Pa Buturê – o núcleo de inteligência e conhecimento da Grande Cidade do Oeste, tinham permissão para penetrar na barra e fincar âncora por lá. No momento não havia nenhuma. Afinal, hoje em dia, pensava Perê, o que iriam fazer os grandes diretores do mundo civilizado ali, naquela Praia Branca perdida no tempo...

Não. Ele não se queixava de seu destino, não arvorava vôos mais altos, saltos mais largos sobre as vastas profundezas de perigos apenas imaginados. Não. Estava bem ali, apesar de às vezes se questionar se a vida era só isso. Ih! Que Jorubadá não registrasse seu pensamento. Perê podia vê-lo ali de pé, a olhá-lo com aqueles seus olhos brilhantes a dizer: “Passado, presente e futuro se fundem. O quê teme?”.

Perê Azil galgou o último degrau de pedra bruta, penetrou na aldeia e atingiu o limiar de sua tenda. Imediatamente lhe subiu às narinas o perfume da pasta moída e empastelada, assada na pedra, da sopa de verduras e frutas e da nata batida...

“- Salve Perê Azil. Que os bons ventos o tragam”. Anaji-i, que o recebeu com palavras tão efusivas, era sua velha e querida ama, que cuidava dos afazeres domésticos do clã dos Azil, junto com duas de suas irmãs, quatro concunhadas e mais sete ajudantes, todas elas mulheres.

Segundo a tradição da tribo de Perê, as tarefas eram realizadas em grupos e eram ligadas a uma família, ou clã, por várias gerações. O clã Koganga de Anaji-i cuidava do bem estar doméstico dos Azil, cujas tendas pertenciam ao Bai, ou tribo, que, por sua vez, era formado por não mais do que três clãs. E foram de fato estes três clãs os remanescentes no Bai, após a descida dos insatisfeitos.

O clã Azil, originariamente, era de escribas e cuidava de organizar e compilar a cultura da agora diminuta sociedade e dos povos daquela parte do mundo. O pai, o avô e o bisavô de Perê eram escribas. Depois que o número de habitantes se reduziu em mais de 90%, o pai de Perê – Perê-E-Li-á se transferira para o Batru, o local de reunião de todos os escribas de todas as tribos, um dos focos principais de sabedoria que emanavam de Pa Buturê, na Grande Cidade do Oeste. Alguém ligado ao clã Koganga certamente cuidava do bem estar dos patriarcas do clã dos Azil.

Já a mãe de Perê, Joku, do clã dos Jorú, estava tradicionalmente ligada ao trabalho de tecelagem e olaria. É preciso dizer que as famílias preferiam que as uniões fossem feitas entre os clãs. Mas isto não era de fato relevante, pois todos daquele Bai eram aparentados, de uma forma ou de outra. Os anciãos dos clãs diziam que os primeiros membros das tribos vieram das estrelas do céu e dos ventos da terra. Quando Perê pediu confirmação da lenda do seu povo, Jorubadá sorriu e respondeu: “A estrela desta tribo ainda está por vir... Ou já chegou?”.

Joku era uma das mulheres de seu clã com maior habilidade para tecer belas túnicas, mantos, véus, cocares delicados, faixas etc. Ela produzia sua cota a partir das penas e pelos dos animais, material que ela pacientemente colhia nos bosques entrincheirados por pedras na encosta, sob arbustos, e nas areias da Praia Branca. Dificilmente ela voltava destas suas incursões sem uma cesta cheia de matéria prima para seu trabalho. As outras mulheres diziam que a sua voz encantava os pássaros, os peixes, crustáceos e mamíferos que, em agradecimento por suas belas melodias, deixavam penas coloridas, tufos de pelo sedoso, escamas rebrilhantes etc., que lhes eram ofertadas nos bicos, presas pelas garras e patas ou agarradas às carapaças. Ao ouvir estas estórias, Joku sorria...

Perê Azil (os homens ao nascer recebiam os nomes do clã dos pais e, é claro, as mulheres recebiam os nomes das mães), embora honrasse o clã dos Azil, como pupilo de Jorubadá, era muito mais parecido fisicamente com sua mãe. Ao invés de onduladas, as madeixas de Perê eram lisas. E não era o negro da noite que os coloria, mas o brilho do barro escuro, ainda cru, com o qual sua mãe moldava utensílios e enfeites. Também não era alto como o pai. De altura mediana, tinha os ombros largos, o tórax proeminente, a barriga lisa como a tábua que em Anaji-i sovava a massa das raízes de casca dura e escura e poupa dourada e maleável. As pernas eram proporcionalmente longas e bem feitas. Só na cor da pele não havia diferença – tinham todos a tez como de bronze recém derretido. Eram peles vermelhas.

Tanto na mãe quanto em Perê o que mais se destacava eram os olhos – grandes e arredondados. E foram justamente estes dois pares de olhos que brilharam intensamente em amor, quando Joku atravessou a tenda e os dois se encontraram no lar à tardinha. Da mulher emanava sentimento profundo por seu único filho, seu orgulho, seu presente do Único.

“-Meus olhos me pregam uma peça ou é mesmo Joku que chega?”, saudou Anaji-í.

“- Seus olhos são mais agudos que os meus e os de Perê juntos, Ji-í. E sua língua está sempre pronta a se mexer... Jorubadá me enviou uma mensagem pelo pássaro azul avisando que meu filho cearia na tenda de Azil e, com seu humor peculiar, concluiu assim: ‘Deixe que suas mãos descansem um pouco do prazer de tecer e moldar e ouça a voz do seu coração’. Larguei meus afazeres e vim aproveitar a companhia do meu querido filho”.

Mal acabara de dizer estas palavras, Joku já se enroscava no colo do filho estendido na esteira, cobrindo-o de beijos.

“- Jorubadá conhece o coração de Perê, que anelava pelos olhos de Jokú Joru, pelos braços de Jokú Joru”, disse o rapaz, enternecido, diante do sorriso de sua mãe.

Anaijí-i estendeu a esteira de junco desenhada com flores sobre a pedra lisa do centro da tenda, colocou as cuias de barro delicadamente moldadas por Jokú, para que bebessem da água cristalina que jorrava do Topo da Montanha, e foi trazendo as travessas de madeira com os alimentos. Depois, finalmente, Anaijí-í se acocorou num dos lados da pedra chata e todos pronunciaram a prece pela abundância, agradecendo o privilégio de desfrutar iguarias tão finas. Em silêncio, o trio saciou sua fome.

Enlevados pela refeição, Perê e Anaijí-i se recostaram nas almofadas para ouvir Jokú cantar. As fendas abertas da tenda desvendavam um céu de anil, onde apontavam as primeiras estrelas da noite, grandes e brilhantes. Pela abertura, penetrava a aragem impregnada de maresia.

Mal havia entoado a última nota da velha canção que lhe fora ensinada por sua mãe, Joku soltou um grito abafado. Jorubadá encontrava-se placidamente instalado no canto leste da sala, sobre uma coberta de xales e mantos, o que a tornava muito confortável. Na semiescuridão do ambiente simples, onde só havia objetos necessários ao bem estar da família, as íris de Jorubadá faiscavam como fogo recém ateado:

“-Sua voz é tão bela, minha cara Jokú. Chego a pensar se você não devia destiná-la exclusivamente ao Único... Mas que tolice digo eu? Como se aqui você também não o louvasse...” Jorubadá falava tranquilamente, como se fosse a coisa mais natural do mundo ele estar ali, sem ninguém saber como foi que havia chegado.

Fez-se um silêncio profundo no recinto. Anaijí-í abaixou a cabeça e cruzou as mãos sobre o peito, num gesto de submissão. Perê olhava curioso para o Mestre. E o coração de Jokú batia forte, tão forte que não entendia como todos não ouvissem o ritmo apressado do compasso.

Jorubadá sorria, mas desta vez, o brilho maroto dos seus olhos foi substituído por um toque de compaixão, de profundo amor por aqueles seres que deixavam em suspenso os próprios sentimentos para admirá-lo. Não lhe era particularmente agradável a missão que o trouxera à tenda de Azil, o escriba. Mas era o melhor a fazer com os recursos de que dispunha no momento... E diante do que se avizinhava. De todos os que ali esperavam por suas palavras sem sequer respirar, Joku era quem, aparentemente, teria mais a perder. E foi ela justamente quem rompeu o silêncio:

“- Salve pastor das estrelas! Sua presença é uma benção para a nossa tenda”. O formalismo de Jokú denotava a expectativa que a visita de Jorubadá – tão rara – causava. O coração da mulher, que antes disparava, agora mal batia.

“- A satisfação em privar da companhia de amigos tão queridos é principalmente minha. Quase lamento o pouco tempo que me sobra para desfrutar de um prazer tão genuíno. Não fossem minhas atividades tão absorventes, que exerço por minha própria escolha, gozaria mais amiúde de momentos assim”, disse o ancião.

Perê Azil, que havia deixado seu mestre há tão pouco tempo, na impulsividade da juventude replicou: “– Se o senhor não costuma desfrutar destes pequenos prazeres, algo mais o traz aqui”.

“– Sim, meu jovem. Neste intervalo a que vocês chamam tempo, recebemos um chamado de nossos pares que atuam na Grande Cidade do Oeste para que compareçamos a um conselho extraordinário. Alguns eventos aparentemente se precipitaram e as diversas tribos e clãs que vivem sob a sombra da Torre de Oito Pilares reivindicam nossa posição e a disponibilidade de mitigar alguns inconvenientes causados por, digamos, certa displicência”, discorreu Jorubadá.

“– Mas o que acontece por lá?”, quis saber Perê. Ao que Jorubadá respondeu: “Tenho alguns palpites, mas prefiro fazer meus comentários quando eles forem indispensáveis”.

Perê ficou triste com a perspectiva de separação do seu querido mestre. Agora, quando parecia iminente a suspensão de seus retiros em Tori é que o menino via o quanto os desejava.

“- O senhor pretende demorar-se por lá?”, perguntou Perê, acenando para o Oeste com um gesto de mão, como se quisesse ensinar ao mestre o caminho. “- De fato, neste momento não sou capaz de responder a isto com precisão”, respondeu Jorubadá.

Perê não se conteve: “Perê lamenta se afastar de Jorubadá... Jorubadá é muito caro a Perê...”, disse o rapaz, os olhos marejados.

Jokú, que até então mal respirava, soltou um suspiro fundo, mas não ousou dizer sequer uma palavra. Seu olhar não se desviava do rosto de Jorubadá. Por um instante fugaz lhe pareceu que aquela espécie de alegria contagiante que emanava da presença formidável do sábio se havia arrefecido. Mas, logo depois, a energia quase visível que emanava dele restaurou-se, com um tremeluzir, num lampejo súbito e resplandecente.

“-De fato, você não deveria se lamentar, meu menino”. Agora Joku via claramente a luminosidade em volta do rosto de Jorubadá. Perê abaixou a cabeça e silenciou. Ele fora mesmo temerário ao contradizer o mestre. Mas Jokú compreendeu o sentido real das palavras do sábio e, num ímpeto, como se as palavras escapassem sua boca, falou:

“-Perê, rebento de Jokú. Alegria de minha juventude. Sol que ilumina as trilhas do meu caminho. Sorriso que varre minhas tristezas. O venerável o adverte para que não se lamente, simplesmente porque será seu pajem nesta viagem!”

Jorubadá, com o sorriso a emitir faíscas, confirmou com um meneio de cabeça.

“- Mas eu não entendo! Jorubadá sempre alertou Perê para evitar a convivência com nossos irmãos que desceram a montanha! Por várias vezes Jorubadá advertiu Perê do perigo que corremos por habitar tão próximos deles! E agora Jorubadá diz a Perê que mais, muito mais do que descer a montanha, Perê vai atravessar metade do mundo e ir à Grande Cidade do Oeste! Lá é muito mais longe de Tori! E a proteção que Tori nos dá? Ficaremos sem ela? Estaremos expostos a todo o tipo de ataque?” Não havia ira na voz de Perê, mas uma surpresa mesclada com medo, que tornava sua voz estridente.

Jokú aproximou-se mais do filho. Pegou com sua mão pequena as mãos fortes de Perê e sentiu que elas tremiam. Anaiji-í que, até então, não ousara mexer um dedo curvou-se um pouco e foi possível ouvir um soluço abafado.

Uma gaivota gritou ao longe. No horizonte, os derradeiros raios que os iluminara naquele dia, já rubros, esmaecidos, mergulhavam no mar. O firmamento já se cobria com seu manto estrelado e a noite começava: a vida diurna era substituída pela vida noturna – bichos e insetos soltavam seus sons, as árvores se cobriam de luz. As sentinelas do clã se comunicavam por silvos abafados. O brilhar das estrelas eram sinais despertos e tudo o que era vivo se aguçava com a brisa refrescante que soprava da montanha, com seu perfume vivificante...

Na tenda, todos aguardavam as palavras de Jorubadá:

“-De fato o alertei. E mantenho o alerta aos clãs que aqui permanecem, ou seja, de evitarem descer a montanha. Quanto a você, há de fato perigo. Mas Perê não estará sozinho e, sim, na companhia de Jorubadá. E isso faz alguma diferença”.

E continuou:

“- Quanto ao seu aprendizado, não será descuidado. Digamos que agora ingressamos numa nova etapa dele. Eu já havia lhe dito isso, filho. Todo conhecimento precisa ser testado. O que Perê Azil teme?”. Os olhos de Jorubadá perscrutaram os de Perê, até que o rapaz os baixou e, ternamente, encarou os da mãe. Jokú, com lágrimas nos olhos, sorria para o filho:

“- Não será Jokú, da tribo de Joru, valente e destemido, que irá barrar o caminho de Perê. Joru foi testado em força e inteligência; em sabedoria e bondade. E, diante de toda uma tribo oponente aos seus pés, impediu que os seus, vencedores, tocassem num fio de cabelo dos vencidos. E foi o próprio Ti-ti-rã, que navega a estrela cadente com sua esposa, eternamente, que se encantou com a atitude de Joru e permitiu que ele e sua tribo habitassem tão perto de Tori. Não. Não será Joku, da tribo de Joru, que lançará o medo no coração de Perê”.

Levantando-se, a mulher abraçou seu filho, apertando-o um pouco demais e sabendo que seu menino deixava o Bai para tornar-se homem. Foi até uma arca no canto do cômodo e retirou um colar de penas e contas verdes e azuis. Na ponta da pena maior luzia um pequeno cristal. Voltando-se para o filho, pendurou o colar em seu pescoço. Depois, ela juntou num saco tecido por suas próprias mãos mantos, agasalhos, toucas e tudo o que o filho pudesse precisar. E ficou em pé, muito quieta, encarando Perê Azil.

Jorubadá levantou-se, tocou o ombro do rapaz e meneou a cabeça em direção à fenda da tenda. Os dois se encaminharam para fora... Perê se virou, beijou a testa de Anaiji-í, que tudo contemplava com os olhos arregalados, beijou a mãe mais uma vez, atravessou a tenda e se foi.

E foi assim, sem a necessidade de dizer se queria ou não seguir o caminho que surgia à sua frente – pois não lhe foi oferecida a opção – que Perê Azil saiu pelo mundo.

Jana de Paula - Perfil

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