quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Diferenças entre um Pirata e um rato (Português/English)

O rato rói tudo pelas bordas, embora esteja faminto.
O rato adota o esconderijo como defesa.
Ataca, apenas, quando suas chances de vencer são enormes
- Prefere atuar diante da vítima acuada.

O Pirata singra os mares em busca da aventura,
Do saque explícito, do prazer efêmero.
Sob o estandarte negro, abre as narinas para sorver
O ar fragrante do oceano. Não busca vítimas, só parceiros
Nas suas arriscadas experiências.

O rato se alimenta do que não lhe pertence.
Vampiro sem asas, abocanha aos pedacinhos,
Lambe o doce e o sal que está sobre a mesa
Posta para outra pessoa.

O Pirata é amoral. Para ele, o ouro é ecumênico.
Produto das entranhas da terra, cujo solo ele pisa, temerário,
o ouro pertence àquele que melhor sabe preservar seu baú.
Mas o Pirata sabe, também, que a própria terra pode reivindicar seu quinhão
E engolir de volta a riqueza que, um dia, o mar irá regurgitar.
O Pirata não vampiriza, pois sabe que a riqueza é infinita – e cíclica.

O prazer do rato é dilacerar, dilapidar.
Ao ser apanhado no ato de uma artimanha,
Ele baixa os olhos e faz ar de vítima:
“Por Deus! Que culpa me cabe por eu ter nascido rato? ”
Mas é apenas um ardil. No ‘rabo de olho’ ele já vislumbra uma nova delícia,
E seus olhinhos brilham de prazer...

O rato e sua turma são os primeiros a abandonar o barco;
Já o Pirata defende o veículo que o transporta através dos mares,
pois seu barco carrega seu Espírito
E, como já bem disse o Poeta, “Navegar é preciso”.


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