Sabe aquelas
pessoas que adoram ler boas notícias? Eu sou uma delas. Embora este tipo de
notícia esteja cada vez mais raro ou, ao menos, apareça em letras miúdas num
canto obscuro dos grandes portais de informação. Pois, hoje, me deparei com um
destes achados!
O artigo Cosmic curveball: Is the universe expanding even faster?algo como Problemática cósmica: o universo está se expandindo ainda mais rapidamente?) publicado no site The Big Story, da AP Org (veja o link no rodapé), descreve como os cientistas estão abismados diante da velocidade com que o cosmos está se expandindo – muito além do previsto, levando-os a repensar tudo o que (acreditavam que) sabem sobre o Big Bang.
Gostou?
Então vamos lá :D
O pessoal do Space
Telescope Science Institute, da NASA - com a ajuda do telescópio espacial
Hubble – mediu a distância de 2, 4 mil estrelas para calcular a taxa de
expansão do universo. Até aí tudo bem. O que está fazendo os cientistas coçarem
suas inteligentes cabeças é o resultado desta medição. O número obtido
demonstra uma expansão que se verifica a taxas entre 5% a 9% mais rápidas do
que outras medidas cientificamente aceitas. Estas medidas em curso calculam a
taxa de expansão com base na radiação cósmica, a partir de um ‘fundo’ de
380.000 anos após o Big Bang.
O novo estudo,
divulgado na semana passada pela NASA, deve ser publicado no The
Astrophysical Journal, para a comunidade científica conhecer todos os seus
detalhes. E os detalhes fazem toda a diferença, neste caso. De acordo com o
Prêmio Nobel de Física (2011) Adam Riess, principal autor do estudo, as novas
constatações podem resultar num fato muito simples: a compreensão básica da
ciência sobre o que acontece com o universo nos últimos 13,8 bilhões de anos -
após o Big Bang – pode estar um tanto fora de ordem.
Por enquanto há
duas possibilidades: o conjunto de dados está errado – o que os cientistas
consideram o mais provável, embora não consigam encontrar o tal erro.... Ou a
taxa de expansão do universo se acelerou desde há 13,8 bilhões de anos. E, se
for este o caso, como defende Riess... bem... então nossa compreensão do
universo está longe de ser a ‘correta’ ou muito menos a ‘definitiva’.
“É como se nós
estivéssemos olhando para alguém no quarto certo, mas da parede errada”, diz
Riess.
Segundo Riess e o
coautor do estudo, Alex Filippenko, de Berkeley, há muitas explicações
possíveis para esta expansão mais veloz do universo. Pode ser que haja, por
exemplo, uma ‘partícula misteriosa’, que os cientistas chamam de um neutrino
estéril, e que embora ainda não tenha sido ‘vista’, pode mudar os cálculos e
coloca-los fora do equilíbrio conhecido. Pode ser que a energia escura
esteja aumentando. Pode ser que o universo seja mais curvo do que o que foi
teorizado. E pode ser que a Relatividade Geral de Einstein simplesmente não
funcione quando olhamos para o universo inteiro. Ou talvez as medições estejam
desligadas... ou... ou...
O astrofísico da
NASA, John Mather, o astrofísico de Princeton, David Spergel, e o físico Sean
Carroll, do Instituto de Tecnologia da Califórnia dizem que é possível que os
cientistas tenham de voltar à prancheta cosmológica de desenho. "Ainda é
muito cedo para dizer que o universo está brincando com a gente", disse
Carroll, embora esteja ciente de que as medidas feitas para o estudo foram
“sólidas e cuidadosas”.
Jana de Paula/
J'adhamn
Fonte: AP
Org